A FUNÇÃO DO DIRIGENTE UMBANDISTA
- Pai Reinaldo - T.U.A.
- 18 de set. de 2018
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Mensagem aos médiuns de terreiro: “Nós somos o que fazemos repetidamente. A excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito “. Aristóteles Dentre tantas coisas que competem a um dirigente, uma das mais importantes é manter a ordem dentro de um Templo, pois sem ela tudo perde o sentido ou se perde no caminho. Antes de qualquer pessoa entrar em um terreiro que possui anos de fundação saiba que ele já possuía uma estrutura antes de você e ele também já tinha regras de conduta estabelecidas, estas que de acordo com o tempo são reformuladas ou inseridas novas, conforme a realidade vigente. As regras devem ser passadas na caridade, ensinadas, dialogadas para que a pessoa não se sinta coagida ou forçada a nada, até mesmo decidir se vai entrar ou não para a corrente mediúnica, nada deve ser forçado. O médium entra para iniciar o desenvolvimento pessoal e mediúnico, entra dizendo estar disposto, aberto ao aprendizado, logo depois de um tempo, isto pode levar dias ou meses, ele começa a pôr em cheque as regras da casa , os ensinos ali passados, a forma como se desenvolve as atividades. Perguntas ficam no ar: "Se foi informado que seria assim o que leva a pessoa a achar que algo diferente pode surgir ?" " Por que sempre se espera muito do dirigente e quando este chama a atenção parece que tudo acabou?" "O que leva uma pessoa a acreditar que o terreiro tem que se adequar a todos os seus princípios e não ela aos do terreiro que entrou?" Uma coisa é fato: um dirigente sério ou a quem ele designar, não chamará atenção daqueles que estão no firme propósito e cumprido bem as suas funções! Se você for chamado atenção agradeça ao erro apontado e prossiga a partir dali, sem melindre ou vitimismos, ainda bem que alguém apontou no que você pode melhorar. Tudo em um terreiro honesto é fundamento nas experiências passadas, nos aprendizados adquiridos e observando o caminhar da "carruagem", nada é inventado da noite para o dia, baseado nas invencionices ou no ego humano. Uma coisa é fato: muitas regras são desenvolvidas justamente para conter o ego humano, suas vaidades e soberbias escondidas e veladas que são manipuladas para agradar pessoas com pouco conhecimento de causa. Este "manter a ordem" tanto dito em um terreiro, além da parte doutrinária Umbandista, podemos chamar também de regras de convivência, a educação do "por favor", "com licença", "obrigado", os pronomes de tratamento, estes que no caso do Aioká são "senhor ou senhora" para todos os seus membros, cumprir os horários pré-estabelecidos, estar atentos as necessidades do terreiro sem que toda hora precise ficar lembrando o que fazer, enfim, promover uma maneira que não pese para ninguém e que as coisas fluam, sem chamadas de atenção desnecessárias. É obrigação do dirigente nunca deixar ninguém sem um respaldo ou resposta, tratar a todos com o mesmo respeito, nunca negar ensino, dar a cada um ao que veio. * Sempre questione se sua função está sendo bem desempenhada dentro do terreiro que participa, se você achar que está se doando demais ou que já alcançou o seu máximo, retome o início e veja onde se perdeu, onde a centelha da preguiça, da vaidade e soberbia fez com que se desviasse do propósito. * Se seu dirigente ou alguém por ele designados errar contigo, afinal todos são passíveis de erros, chame-os para uma conversa madura, honesta, não mande mensagens grosseiras no WhatsApp ou qualquer outro meio que não seja pessoalmente, não use de maledicência com outros médiuns também descontentes, não desmereça os comandos dados pelos que encabeçam um terreiro no dia-a-dia ou nos afazeres da casa, o diálogo é a melhor forma de se resolver tudo. E em último caso se não encaixa mais na casa que um dia entrou, peça honestamente para sair, exponha os motivos pelos quais está saindo e não force uma realidade doentia permanecendo descontente ou com amargor. As regras existem para igualar a todos, se um dia achar que uma regra do terreiro fere alguém ou a si mesmo converse com quem pode alterá-la, o dirigente. Caso as regras passem pelo crivo do bom senso e da razão, siga-as sem tentar burlá-las justificando que não entendeu, que tem dificuldades de se adequar. O tal "tenho dificuldades de me adequar" é soberbia e arrogância implícita e o "não entendi" dito mais de uma vez, mesmo depois de muitas explicações, é dito por pessoas que não estão abertas a mudanças e aprendizagem, logo, não servem para a Umbanda, já que ela é uma auto-transformação constante e aprendizado permanente. Depois de tudo isto dito e ensinado, quando o dirigente ou alguém por ele designado perde as estribeiras, chamando a atenção de um modo veemente, daí vem os questionadores sem conhecimento de causa dizendo que as palavras têm que serem medidas, que não se fala assim, que não era para tanto. Pergunte ao dirigente o que ele passou com tal pessoa ou faça uma auto-avaliação caso a chamada seja para você, entenda o que aconteceu para que ele agisse desta forma, não tire conclusões precipitadas caso não tenha entendido, pois nem bicho irracional avança sem ser provocado, imagine uma pessoa que lidera pessoas e que tem uma bagagem de conhecimento teórico e de vivência para isto.

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